sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vesti-me rapidamente e saí batendo a porta.
Corri para o meu quarto e fiz minhas malas. Escrevi um bilhete para o Nando e a Patrícia no qual dizia. "Gente, tive que ir resolver uma coisa com urgência lá em casa. Quando vocês fecharem a conta do Hotel, me liguem e eu deposito o dinheiro na conta de um dos dois. Desculpa, mas aconteceu um imprevisto, nada sério. Beijos. Amo muito os dois."
Fui para a recepção. Na conversa que tive com a recepcionista, ela disse. "Desculpe-me a pergunta,mas a senhorita e o senhor Marcelo estão em lua de mel?"
Eu estava um tanto furiosa e agoniada e sei lá mais o que. Então respondi com outra pergunta e dessa vez realmente sem humor."por quê?"
Notando meu tom mal educado, ele apenas disse. "por nada. Suas malas estão ali também, pensei que fossem embora juntos."
Olhei para baixo a minha direita. Nossas malas estavam juntas e coincidentemente eram idênticas.
Eu disse tchau e ele retribui com um "volte sempre."
Fui pegar um taxi e pedi para que me deixasse na rodoviária.
Estava passando um filme em minha cabeça. Não sabia o que pensar e tentei de todas as formas tirar o assunto da minha mente. Digo assunto, pois aquilo não era questão de drama por apenas aquela cena e sim envolvia uma longa história, que eu jamais contarei para ninguém, a não ser a Patrícia.
A minha vida havia mudado da água para o vinho, do vinho para o vinagre... recentemente havia virado pura novamente, mas agora, voltava a ter todo o gosto armago que o vinagre pôde um dia me fazer sentir.
Mas ainda assim, eu tenho muito o que viver. Eu quero viver... eu preciso e eu v
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Nós fomos para seu quarto e entre detalhes e mais detalhes, nós transamos. Pela primeira vez, desde que aconteceu um certo caso comigo, eu transei. Foi uma fase horrível e eu sabia que só iria conseguir fazer isso quando encontrasse alguém que me passasse segurança o suficiente.
Na manhã seguinte, mais um convite.
"bom dia, meu amor."
Respondi, sorrindo. "bom dia, mas por favor não seja hipócrita e retire a parte do meu amor."
Ele brincou. "ontem você estava mais fácil."
Retruquei. "ontem não era hoje."
Ele estava se trocando quando me levantei e fui até o banheiro. Na volta, nós trocamos alguns beijos, quando reparei uma embalagem pequena com algo branco dentro.
Parei imediatamente e exclamei. "o que vem a ser isso?"
Ele ficou assustado e pergntou. "o que houve?"
Saí debaixo dele e peguei a tal da embalagem que estava no criado mudo.
Peguei a embagame e praticamente esfreguei em sua cara. "isso é pó... isso é droga, Marcelo."
Ele alisou desajeitadamente seu cabelo e tentou se explicar, tropeçando nas palavras.
"isso... isso não é. Isso não é o que você pensa. Digo isso é o que você pensa, mas não é meu."
Eu estava muito indignada para acreditar em desculpas de quinta.
Falei, quase aos gritos. "você é... cara, que nojo de você."
Ele disse, agora se achando o injustiçado. "espera aí. Se eu uso ou não o problema é meu e não tem o porque você está com nojo. Eu entendo que você seja contra... mas antes que diga qualquer coisa, eu não sou usuário."
Peguei minhas roupas e fui em direção a porta do quarto.
Mais calmo, ele argumentou. "se veste, não vai querer que te olhem torto se sair quase nua pelo Hotel."
Joguei, com ódio na cara dele, a embalagem que ainda estava comigo.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ele começou. "Tatiana. Eu vou embora amanhã."
Fiquei cortada por dentro. Mas perguntei." já?"
Ele olhou para o nada e respondeu como se estivesse longe. "eu tenho algumas coisas para resolver."
Não consegui esconder o quão chateada eu estava.
Enquanto conversavamos, ele alisava as costas de minha mão que ele ainda não havia soltado desde lá do Hotel.
Ele pediu. "por favor, sorria."
Forcei um sorriso, mas quando olhei para ele, realmente sorri a vontade.
E entre muita conversa perguntei, só por perguntar. "o que você espera para a sua vida?"
Ele me olhou estranhando a pergunta, mas respondeu. "você? espera o que?"
Retruquei. "eu perguntei primeiro."
Ele distorceu. "sou o mais velho, por isso, eu mando."
Brinquei. "quem faz direito aqui sou eu."
Ele ignorou. "tanto faz, continuo sendo o mais velho."
Desisti. "está bem. Eu espero terminar meu curso, eu já participo daqueles 'doutores da alegria', ter o meu próprio escritório, fazer algumas especializações, ser uma mulher bem sucedida e independente. Quero continuar com os mesmos amigos, curtir muito a vida, aproveitar ao máximo minha família e poder ter a minha. Ter alguém para amar... cometer muitas loucuras... bom, isso eu já cometo muito, mas quero fazer ainda muitas e aproveitar a vida com tudo que ela pode me oferecer, eu apenas quero viver... Já falei demais, agora me diz, o que você espera da vida."
Ele respondeu, seriamente. "nada."
Com seu indicador ele alisou meu rosto e depois ele fez curvas por meu braço, enquanto nos encaravamos.
Marcelo se curvou para me beijar, eu tentei escapar, porém, ele me deitou na areia e me prendeu com seus braços. E assim, finalmente nós nos beijamos.
Ficamos um bom tempo ainda na praia, até que ele falou no meu ouvido. "agora, você poderia aceitar formalmente o meu pedido de conhecer o meu quarto e nós realmente faríamos proveito da situação."
E você acha que eu iria dizer não?
Olhei para ele e imediatamente soube qual era a minha resposta.